SILÊNCIO DE NGOMA

O agora nos pede reinvenção. É tempo de aceitar os desafios e seguir sem perder os pés de nossas tradições e ancestralidades.

Rogamos ao sagrado para que o recomeço seja breve, para que nossas ngomas, nossos tambores, não se calem diante das dificuldades.

Com seu som, barraremos os retrocessos. Com fé na festa, canto, dança, e nas rezas, folhas e sementes, buscaremos forças para prosseguir.

Que seja breve a espera pelas sensações que, neste período de limitações, nos fazem reaprender e valorizar: os ventos de Matamba, o ar de Lemba, o caminhar pela terra de Kavungo.

Os toques e as trocas de afetos que nos fortalecem. Se estamos aqui agora é porque várias e múltiplas vidas vieram antes de nós. Seguiremos firmes para que as futuras também sejam plenas.

CATAPRETA (MG)

Bacharel em desenho e cinema, tem atuado como artista plástico, ilustrador, diretor de animação e roteirista.

Suas obras são voltadas à questões raciais, em particular, ao racismo religioso.

Foto: Acervo pessoal

JUHLIA SANTOS (MG)

É atriz, jornalista, produtora cultural, performer e pesquisadora de gênero.

Em 2019, idealizou o 1º Festival Transviva, em Belo Horizonte. Integra o Coletivo de Artistas Transmasculines, de abrangência nacional.

Foto: Igor Peres