Capturar subjetividades, seja dos artistas ou do público, compartilhando-as no desejo de promover uma nova experiência artística a cada edição. O movimento de conhecer e reconhecer o outro, tornou a existência deste projeto possível ao longo de todos esses anos.
Acreditamos que arte possui a capacidade de avivar e modificar as pessoas de maneira que elas não mais permanecem as mesmas. A arte transcende nossos hábitos e experiências consolidados, alterando as “coisas [...] que tenderiam a ficar batidas por causa da rotina, ou inertes por falta de uso transformam-se em coeficientes de novas aventuras e se revestem de um novo significado.” (DEWEY, 2010, p. 184) **1.
E é nesse sentido que apostamos nas percepções sensoriais como algo que compõe um espaço de trocas, de sensibilidades e porque não de liberdade!?
Em toda Pequenas Sessões trazemos um pássaro para lançar voo de nossas propostas sonoras. Este ano, convidamos a Júlia Lage, que parece ter cartografado os sentidos da edição número dez: um ritornelo que reitera a “potência de deixar livre a diferença”. (FERRAZ, 2005, p. 68) **2.
Com sua vida, energia e cores, nasce uma imensa fênix, que nos faz lembrar o quanto somos pequenos diante de um céu azul e estrelado.
Quando iniciamos esta pequena ideia há tempos atrás, jamais imaginaríamos chegar aqui. Possibilitamos encontros que hoje, se transformaram em recortes e memórias de Belo Horizonte.
A cidade que destrói e constrói espaços, nos mostrou as múltiplas ocupações e arquiteturas estão em constante movimento. Nestes dez anos vivemos, percorremos e observamos a metrópole se renovar. Muitas coisas mudaram, mas alguns lugares-memórias permanecem.
Assim, escolhemos pousar na Galeria de Arte Mama/Cadela, que irá abrigar nossa primeira residência artística, de uma semana de duração: “Corpo-som-imagem”.
Ocupar esse espaço, essa casa, localizada na Zona Leste de BH, nos faz pensar em na essência da cidade e das pessoas.
Estar nessa casa, que faz parte de nossa memória construída, reunindo pessoas de sonoridades-imagens-corpos únicos, permite que tenhamos possibilidades de ressignificar as rotas do festival e de nossa construção como sujeitos e artistas.
Da Zona Leste, alçamos voo para a região Central da cidade: o Teatro Espanca!. Teremos ali dois dias permeados de encontros atravessados pelas incertezas!
O Teatro Espanca! nos pareceu ser o lugar ideal para receber esta segunda etapa do projeto, visto que a incerteza mora em sua porta. Um dos lugares que mais admiramos pela classe artística e cultural de BH, que por arriscar-se diariamente a alçar voos venturosos e manter-se de pé, firme em sua existência!
Daqui, convidamos vocês a vasculhar as criações e projetos de todxs que estarão em Belo Horizonte ao longo da semana entre os dias 25 e 30 de novembro. Será imensa alegria receber vocês para trocarmos palavras, vivências, impressões e sonoridades!
Um saravá da equipe Pequenas Sessões!
**1 - DEWEY, John. Arte como Experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010. (Coleção Todas asArtes).
**2 - FERRAZ, Silvio. Livro das sonoridades [notas dispersas sobre composição] - um livro de música para não-músicos ou de não-música para músicos. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005.
Rua Aarão Reis, 542
Centro
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Rua Pouso Alegre, 2048
Santa Tereza
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Para os 10 anos de existência as Pequenas Sessões propõem pela primeira vez um programa de residência artística chamada “corpo-som-imagem” no intuito de renovar as ações do festival e ressignificar as possibilidades das investigações em torno das criações artísticas coletivas.
A galeria de arte Mama/Cadela irá receber por 5 dias um grupo de “inventadorxs” para juntxs desenvolverem uma instalação/performance colaborativa que será apresentada no último dia de festival.
Com o desafio de pesquisar os “atritos”, dissonâncias e “intercessões” entre gestos corpo-sonoro-visuais, a residência inaugura um espaço extensivo de convívio onde os intercâmbios ganham maior profundidade, reverberando outras qualidades de relações e dinâmicas possíveis de cocriação artística.
Quem reside e cocriar coletivamente em 2019:
Convidamos Belo Horizonte a visitar os cômodos da linda casa localizada na zona leste da cidade para uma tarde de experiências sensório-afetivas!
A apresentação pública da residência artística “corpo-som-imagem” acontece no dia 30 de novembro no Mama/Cadela, à partir das 16h.
Patrícia Bizzotto + Lucas Morais + Bella + Thomas Rohrer + Kenia Dias + Ricardo Garcia.
Onde:
MAMA/CADELA
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Exibição do filme sem legenda.
Pré-estréia do concerto/performance “Redemunho” com Daniel Nunes e Leandro César.
Onde:
MAMA/CADELA
Horário:
18h
Ingresso:
Contribuição expontânea.
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Seminário com Bella + Luisa Puterman + Patrícia Bizzotto + Sara Lana, utilizando o som no sentido de cartografar a atuação da mulher na arte sonora e na música experimental.
Onde:
Teatro Espanca!
Horário:
19h
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Apresentação com Federico Durand + Luisa Puterman + Lise + El Conejo + Sara Lana
Onde:
Teatro Espanca!
Horário:
20h30
Ingresso:
R$ 20,00 (inteira) | R$ 10,00 (meia-entrada)
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Uma conversa com Kenia Dias + Ricardo Garcia + Lucas Morais, sobre o som encorpando o movimento. O corpo ressoando o gesto. Onde se tocam?
Onde:
Teatro Espanca!
Horário:
19h
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Apresentação com Constantina + Bella + Thomas Rohrer + Patrícia Bizzotto + 1mpar
Onde:
Teatro Espanca!
Horário:
20h30
Ingresso:
R$ 20,00 (inteira) | R$ 10,00 (meia-entrada)
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Apresentação pública.
Onde:
Mama/Cadela
Horário:
16h
Ingresso:
Contribuição expontânea.
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